Raramente uma empresa começa grande. Observe as histórias das empresas que você considera seus exemplos. A grande maioria originou-se dos sonhos de empreendedores, não é mesmo? Melhor dizer, sonhos que deram certo, apesar de adversidades, opiniões contrárias e críticas. Sonhos que começaram a se materializar como pequenas empresas e se transformaram depois em grandes empreendimentos. São empreendedores que transferiram o sonho da cabeça para o papel e dali para a realidade a partir de ações bem planejadas. Previram os passos que os conduziria a seus objetivos e lutaram tenazmente por ele.
Empreendedores, mesmo em um momento de crise em suas trajetórias, dão a volta por cima graças à autodeterminação e à perseverança de correr atrás de seus sonhos. Obstinação, tenacidade, decisão, persistência, garra ou apenas teimosia. Todas essas palavras fazem parte da biografia das pessoas de sucesso, dos realizadores de sonhos. São características dos empreendedores que não aceitam ser meros coadjuvantes dos sonhos de terceiros.
A maior competência dos empreendedores é a de compatibilizar pelo menos um trinômio de sonhos: o sonho dele próprio, empreendedor e fundador do negócio; os sonhos de seus clientes, razão de ser do negócio, entrando no imaginário deles através de um relacionamento intenso; e os sonhos da equipe, transformando funcionários em parceiros e viabilizando a realização dos sonhos dos mesmos.
O verdadeiro empreendedor sabe que seus clientes não compram apenas produtos. Compram sonhos. Compram o sonho do saber, não apenas um MBA, compram o sonho da liberdade, da beleza, da saúde, da juventude e não apenas produtos dentro de vidros e caixas. Cada vez mais valorizam o simbólico, o intangível, o “não-produto”.
O verdadeiro empreendedor não oferece empregos, mas causas. Não cria seguidores, cria outros líderes. Obtém resultados incomuns de pessoas comuns. Sabe enfim, explicitar seus objetivos e transformar o sonho individual em um sonho coletivo.
O verdadeiro empreendedor sabe que o sucesso reside na atitude, na postura, na capacidade de decidir e não na técnica. Reside no foco, na paixão, na capacidade de transformar seus sonhos em projetos. Aliás, para os empreendedores, projetos nada mais são que sonhos com data marcada!
O Brasil é um país de sonhadores. Precisamos evoluir para sermos um país de realizadores de sonhos. Não dá mais para esperar pelo futuro anunciado. Temos de construí-lo. E a alavanca dessa arquitetura é a cultura de empreendedorismo que precisamos criar. Temo que evoluir de sonhadores a realizadores de sonhos. Não basta mais tentarmos adivinhar o futuro, é o momento de inventá-lo. Sonhar é inventar o futuro. Empreender á caminhar em direção a esse futuro.
César Souza da Exame