Sediada em Santo André, a Paranapanema investiu R$ 56 milhões na modernização da produção da fábrica na cidade, localizada no bairro Utinga. Com isso, a empresa irá duplicar a produção de tubos retos de cobre, passando de 500 para 1.000 toneladas por mês. A capacidade total, somando outras linhas de materiais, chegará a 3.000 toneladas mensais a partir do mês que vem, quando os novos equipamentos adquiridos entrarão em operação.
O valor aportado, que contou com crédito da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) – empresa pública de fomento à ciência, tecnologia e inovação –, inclui a compra de equipamentos importados, capacitação de pessoal, adequação do espaço interno e transferência de maquinário que estava armazenado na antiga fábrica do grupo no bairro Capuava, também em Santo André, desativada no início do ano passado.
O investimento irá possibilitar a recomposição do portfólio de tubos retos sem emendas, cujo diâmetro vai de 4,76 a 108 milímetros da marca Eluma. O material é utilizado na construção civil (em instalações de água e gás); na fabricação de trocadores de calor, gabinetes de refrigeração, frigoríficos, aquecedores solares, usinas de açúcar e radiadores automotivos; além de tubulações de gás natural para companhias como Comgás e Bahiagás.
O presidente da Paranapanema, Christophe Malik Akli, explica que, em razão da crise econômica no Brasil, a empresa teve de fazer modificações em seu posicionamento de mercado. Em 2013, dois terços da produção eram vendidos para consumidores brasileiros. No ano passado, as exportações passaram a representar metade dos negócios. “Diante da falta de competitividade (da indústria brasileira), ou você senta e chora, ou faz alguma coisa. Optamos pela segunda opção”, comenta. A China é o maior comprador no Exterior, seguida pela Argentina.
O executivo, porém, projeta que os novos investimentos, somados às circunstâncias da economia do País para 2016, podem fazer a empresa retomar o market share interno. “O mercado brasileiro chegou ao fundo do poço no fim de 2015 e, agora, deve iniciar uma recuperação”, projeta. Para isso, entretanto, Akli salienta que são necessárias medidas que devolvam a confiança dos investidores, além do aumento na oferta de crédito. “Esses são os dois pilares que vão fazer esse negócio retomar. O cliente vai comprar com base naquilo que espera como venda (no caso da construção civil, de imóveis). O mercado está sofrendo com falta de impulso.”
Atualmente, a fábrica de Santo André conta com 650 trabalhadores na produção e outros 350 em áreas administrativas. Quando a planta de Capuava foi fechada, cerca de 240 pessoas foram demitidas. Outras 100 foram transferidas para Utinga. Mesmo com os investimentos em otimização da produção, a direção da companhia afirma que, neste momento, não há previsão de contratações em volumes significativos, apenas ajustes pontuais de mão de obra.
A Paranapanema, que é a maior produtora nacional de cobre, conta com outras duas plantas produtivas no Brasil, uma em Dias D’Ávila (Bahia) e outra em Serra (Espírito Santo). Ambas empregam, juntas, cerca de 1.100 funcionários. A matéria-prima utilizada na fabricação dos tubos é importada do Chile e do Peru.
Fonte: Diário do Grande ABC