Agora, a empresa, que pertence ao Google, quer que seus usuários comecem a pagar. Ou, pelo menos, aqueles que se interessem em inscrever-se no YouTube Red, novo serviço anunciado nesta quarta-feira em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Com um preço mensal de US$ 9,99 (R$ 39), o YouTube Red estará disponível nos Estados Unidos a partir do dia 28 de outubro, mas ainda não há previsão de quando chegará ao Brasil.
A assinatura permitirá assistir aos vídeos sem anúncios e armazenar conteúdo para ver depois, mesmo sem conexão à internet.
Além disso, ele dará acesso ao novo aplicativo YouTube Music, onde é possível assistir vídeos de música no computador e no celular – com um funcionamento semelhante ao Spotify –, incluindo o catálogo do Google Play Music.
No YouTube Red também será possível assistir séries e filmes originais, protagonizados por algumas das estrelas mais famosas da plataforma, como o comediante sueco PewDiePie (cujo canal tem 39 milhões de inscritos), a dupla The Fine Brothers (criadores da série de vídeos “Crianças reagem a…” e outros) e a comediante canadense Lilly Singh, que apareceu em 8º lugar na lista a revista Forbes de estrelas do YouTube mais bem pagas.
Estamos dispostos a pagar?
Robert Kyncl, o presidente de negócios do YouTube,afirmou que o lançamento do novo produto se deve ao fato de que “os consumidores estão adotando assinaturas pagas com conteúdo livre de publicidade em um ritmo impressionante”.
Kyncl negou, no entanto, que o objetivo fosse competir com plataformas como o Netflix, serviço cuja assinatura permite assistir filmes e séries de televisão pela internet, afirmando que o YouTube Red oferederá um conteúdo completamente diferente.
Após o anúncio, muitos analistas se perguntam qual será a reação das cerca de um bilhão de pessoas que frequentam o YouTube habitualmente.
Quantas delas estarão dispostas a pagar por um conteúdo que, com a exceção das novas séries originais, continuará sendo gratuito?
Ian Maude, da consultoria Enders Anaysis, acredita que não. “A metade da audiência do YouTube não vai assinar. Serão números relativamente pequenos”, disse à BBC.
Natalie Jarvey, editora de tecnologia da revista The Hollywood Reporter, acha que ainda é preciso esperar para saber se o YouTube Red será bem sucedido, em parte por causa do perfil demográfico dos usuários do site.
“Muitos são jovens sem renda própria. Vamos ver como eles conseguirão os US$ 10 que custa a assinatura”, diz Jarvey à BBC Mundo.
Ela afirma ainda que, com a proliferação de serviços pagos de streaming – como Netflix, Hulu, Amazon ou HBO Now – os consumidores têm uma oferta mais ampla de opções, e o custo de assinar várias delas pode ficar muito alto.
Jarvey acredita que em alguns anos, é provável que sejam oferecidos pacotes de assinaturas que incluem várias plataformas, como já ocorre com a TV por assinatura.
Reclamações
Alguns analistas dizem que se apenas uma pequena parte do um bilhão de usuários do YouTube se inscreverem no YouTube Red, o serviço já dará ao Google dinheiro suficiente para financiá-lo.
Além disso, ele permitirá à empresa juntar-se a um grupo crescente de plataformas digitais criando conteúdo próprio e competindo diretamente com as emissoras de televisão tradicionais.
Alguns dos produtores de conteúdo do YouTube reclamaram de não terem tido outra opção senão concordar que seus vídeos façam parte do YouTube Red já que, senão, corriam o risco de que eles deixassem de ser acessíveis para todo o público.
Fonte: BBC Brasil