Os remédios, por conterem diversas substâncias químicas, podem representar perigo ao meio ambiente e a outras pessoas, caso descartados de forma incorreta. Deste modo, deve-se ter uma preocupação quanto ao descarte desses medicamentos. Em Venâncio, os postos municipais de saúde fazem o recolhimento tanto de remédios vencidos, quanto aqueles que sobram e são doados pela população.
De acordo com Luís Augusto Giehl, farmacêutico do Posto de Saúde Central do município, as pessoas podem, todos os dias, levar até os postos os medicamentos vencidos, mas eles são recolhidos apenas uma vez por semana por uma empresa que a Prefeitura estabeleceu contrato. Esta empresa realiza a incineração dos remédios, ou seja, reduz eles a cinzas.
O farmacêutico explica que a grande maioria das pessoas ainda não tem o hábito de fazer o descarte dos remédios nos postos ou farmácias. Isso acarreta não apenas prejuízos ao meio ambiente, caso jogados no solo, mas o grande risco, conforme ele, está na automedicação: ‘Algumas pessoas, quando não precisam mais dos remédios, dão eles a alguém próximo e os medicamentos podem não ser indicados para aquela pessoa. Ainda há o risco de uma criança colocar na boca e consumir.’ Por semana, em média, para se ter uma ideia, a quantidade de medicamentos vencidos recolhidos corresponde a 10 sacolas de supermercados.
REDUÇÃO
O profissional ressalta que, nos últimos dois anos, reduziu o número de pessoas que levam aos postos medicamentos que ainda podem ser consumidos. ‘É feita a devolução de medicações mais caras, mas poucas são doadas. A maioria das doações são de consultórios médicos’, conta. Conforme Giehl, quando as pessoas levam aos postos remédios que ainda podem ser consumidos, contribuem com uma economia para o próprio município. ‘São remédios que se realmente estão em boas condições de uso, o município não precisa comprar’, comenta ele.
RECOMENDAÇÃO
Segundo o farmacêutico, caso alguém tenha remédios em casa e não os utiliza, é aconselhável que eles sejam doados aos postos de saúde que necessitam e carecem de medicamentos. Em caso de vencimento, é indicado que a pessoa entre em contato com a farmácia que os vendeu, como forma de também estimular o recolhimento. Além disso, também é possível levá-los aos postos de saúde.
Embora seja lei o recolhimento de medicamentos vencidos, o profissional ressalta que muitas farmácias ainda não assumem esse compromisso em função dos custos e mão de obra. ‘Elas precisam pagar uma empresa que faz o recolhimento e ainda têm que ter profissionais que se envolvam com isso’, comenta ele.
Para evitar muitos remédios com prazos de validade vencidos, farmácias controlam compras e estoques
As farmácias também têm uma preocupação quanto ao descarte dos medicamentos vencidos nos estoques. De acordo com Rodrigo Reiter, gerente de uma farmácia de Venâncio, os remédios vencidos são lacrados em uma caixa e a cada três meses, recolhidos pela matriz da farmácia que encaminha para outra empresa fazer o descarte correto. Segundo ele, para que a rede de farmácias não tenha despesas com as sobras de remédios, a compra deles é controlada através do giro de vendas. Medicamentos de referência, que são os de marca e também os mais caros, costumam sobrar nas prateleiras.
Conforme a gerente de uma outra farmácia de Venâncio, Ramona Cristina Gollmann, a farmácia tem contrato com uma empresa terceirizada de lixo séptico que recolhe os remédios vencidos uma vez ao mês. A quantidade é medida em litros e, segundo a gerente, por mês, em média 50 litros de medicamentos vencidos são descartados. Na farmácia, são os remédios controlados que costumam não ser vendidos.
Fonte: Folha do Mate