O robô em um navio-sonda de petróleo no Golfo do México facilitava o trabalho de Mark Rodgers de conectar canos pesados e sujos. E também pode ser um motivo pelo qual ele não trabalha mais lá.
O Iron Roughneck, fabricado pela National Oilwell Varco, automatiza a tarefa repetitiva e perigosa de conectar centenas de segmentos de dutos de extração à medida que eles sãoempurrados ao longo de quilômetros através das águas do oceano e em rochas com petróleo. A máquina também diminuiu a necessidade de homens na área de três para duas pessoas, estima Rodgers, que conseguiu outro emprego onde conserta dispositivos após ter sido demitido da Transocean.
“Eu adoraria voltar para o mar”, diz ele. Mas não há muita chance. À medida que a indústria petrolífera mundial começa a sair de um colapso que levou 440.000 empregos,uma parte deles, um terço ou a metade, talvez nunca volte. A combinação de plataformas de perfuração mais eficientes e maior automação está diminuindo a necessidade de mãos no terreno. E essa é uma advertência para o presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou uma enxurrada de novos empregos no setor de energia durante o seu governo.
A automação, é claro, revolucionou muitas indústrias, da fabricação de veículos e alimentos à indústria de indumentária. As empresas de energia, que dependem de equipamentos grandes e complexos para a perfuração e a manutenção de poços de petróleo, estão particularmente bem posicionadas para se beneficiarem, diz Dennis Yang, CEO da Udemy, uma empresa em São Francisco que capacita trabalhadores cujas carreiras foram eliminadas por máquinas avançadas.
‘Engordamos’
Durante o boom, as empresas estavam ocupadas demais extraindo petróleo e gás para se preocupar com o número de funcionários, diz James West, analista do banco de investimento Evercore ISI: “Ficamos gordos e inchados”. Ele diz que a desaceleração de dois anos e meio deu tempo aos executivos para repensarem o mix entre mão de obra humana e máquinas automatizadas nos campos de petróleo.
As sondas ficaram tão eficientes que o setor de xisto pode empregar cerca de metade das pessoas que empregava no pico do boom, em 2014, para bombear a mesma quantidade de petróleo do solo, diz Angie Sedita, analista de UBS. A Nabors Industries, a maior perfuradora onshore do mundo, diz que projeta diminuir o número de trabalhadores no local de cada poço de 20 para cinco utilizando mais sondas de perfuração automatizadas.
“Para mim, não se trata apenas de automatizar a plataforma, mas de automatizar tudo oque vem antes da plataforma”, diz Ahmed Hashmi, diretor de tecnologia de exploração e extração da BP. “O mais importante serão os sistemas.”
Isso significa que um engenheiro pode projetar um poço de petróleo em sua mesa do escritório. Apertando um botão, um sistema automatizado identificaria o equipamento necessário de um fornecedor, criaria um modelo 3D e enviaria instruções para construí-lo no campo, diz Hashmi. “Isso é automação.”
As informações são do site UOL Economia