Nem precisa responder esta pergunta! Tenho certeza de que alguns dirão que sim e muito dirão que não. Mas a resposta será apenas uma percepção muito pessoal, baseada em coisas que foram ditas e principalmente em coisas que não foram ditas ao longo de muitos anos ou poucos dias.
Qual o critério que você poderia usar para “medir” o seu chefe? O que diferencia um chefe competente de um chefe aquém das expectativas, além da sua opinião pessoal? Há alguma forma prática de avaliar o seu chefe, e com base nesta avaliação, como você poderia melhorar a performance do conjunto chefe-subordinado?
Convivendo com alguns chefes e sendo também o chefe para muitas pessoas, passei a perceber melhor o que acontecia quando eu sentia dificuldades de trabalhar com um chefe. Principalmente quando sentia que a sua competência estava aquém do que seria desejável para mim.
Sim, repito que estava aquém do que seria desejável para mim. Pois eu precisava de um chefe mais competente para ajudar-me a ser competente também. Acho que é este o território de negociação onde precisamos trabalhar melhor, tanto como chefes, quanto como subordinados.
Um dos aspectos importantes é perceber em que área somos menos competentes, e não adianta dizer que alguém é competente em todas áreas. Se as áreas fracas do chefe coincidem com as áreas fracas do subordinado, então há um problema sério, pois o conjunto chefe-subordinado não se complementa e provavelmente gera competição desnecessária em algumas áreas.
Cabe ao chefe conhecer-se melhor e buscar subordinados que gostem de fazer o que ele não gosta de fazer. Pois esta é a forma prática de perceber as áreas potenciais de debilidades. Geralmente não somos bons naquilo que não gostamos de fazer, embora por treinamento muitos atendam os requisitos básicos.
Portanto, se você é o chefe, deve conhecer-se e admitir-se que há áreas, funções e atividades que não lhe agradam. Nem é necessário divulgar isso, mas na hora de escolher subordinados, seria bom poder contar com alguém que gosta de fazer o que não te agrada. É assim que uma parceria pode ser muito produtiva.
Como em outras relações na vida, acredito mais em relações e parcerias complementares do que em relações de afinidades. Por isso, sempre observo as contratações que as pessoas fazem. Um chefe que se conhece bem, sempre procura um subordinado que complemente a parceria. Quando as contratações não parecem considerar este aspecto, procuro verificar se o chefe tem consciência do que está procurando.
Para os mesmos requisitos de habilidade e competência, diferentes pessoas oferecem diferentes características e comportamentos. A formação de um time de trabalho de alta performance requer observar estes aspectos de diversidade para ter o desempenho esperado.
Se há esta complementaridade, então certamente o chefe complementará o subordinado, contribuindo e orientando melhor a atividade necessária. Isso faz com que o trabalho de ambos seja naturalmente mais fluído e mais produtivo.
É esta, a formação que produz parcerias fortes e duradouras.
YK,