Quando alguém pensa em alguma substituição importante na organização, dizem que sempre há três nomes e provavelmente o escolhido estará entre eles. O chamado “short list” pode existir num plano escrito e bem elaborado de identificação de candidatos potenciais e sucessores à posição. Outras vezes está na cabeça de quem terá que decidir a sucessão.
Caso houvesse uma boa oportunidade na sua empresa, na sua divisão ou na sua área, o seu nome estaria entre os três melhores potenciais do “short list”? Sim, não ou “muito pelo contrário”? “Muito pelo contrário” deve significar que você não saberia dizer, certo?
O “short list” de três nomes é uma fábula corporativa ou é um fato? Creio que aqueles que tem uma boa experiência numa grande corporação já se deu conta de que não é uma fábula e que fazer parte desta lista é muito importante para o desenvolvimento da sua carreira.
O que significa estar nesta lista quando ela faz parte de um plano de desenvolvimento da empresa? Normalmente significa que você está bem na área em que você trabalha e que a sua performance está sendo apreciada. Significa que se você não fizer nenhuma grande bobagem, alguma boa oportunidade virá com o tempo. Mas, como todos sabemos, de vez em quando, acontece alguma decisão inesperada que inverte posições, com um subordinado passando a ser o seu chefe ou você se tornando o chefe do seu chefe!
Neste caso, é muito provável que o seu nome esteja num “short list” secreto de alguém muito acima da sua posição. Como fazer parte desta lista? É a pergunta de ouro, certo? Não conheço uma fórmula para isso, mas considero que uma medida tão excepcional certamente depende de você fazer algo muito especial! Performances normais e burocráticas, bem como nível de risco confortável não leva ninguém a esta condição.
No primeiro caso, do plano escrito, estamos tratando de um reconhecimento generalizado, com base na sua performance e na sua postura do dia-a-dia. Já no caso da lista mental e secreta, creio que depende mais de algumas oportunidades específica de criar uma boa impressão a uma pessoa específica, algo como uma “tacada de mestre”, mais oportunista.
Não há como negar que estar na lista mental de pessoas, com posições muito mais elevadas que a sua na corporação pode ser uma através de um feito excepcional ou uma questão política. Mas a questão política não seria parte da nossa discussão…
Algumas movimentações que presenciei ou que participei durante a minha vida profissional, também mostram a diferença entre os executivos brilhantes, para os quais a criatividade faz parte do arsenal, e os executivos “normais”. Surpresas não costumam ser muito apreciadas ou benvindas em geral, mas em algumas ocasiões, as movimentações inesperadas foram brilhantes e geraram um grande avanço no momento seguinte.
Um valor muito grande é saber se você está em alguma destas listas. Faz muito bem para o “ego”, que já é um forte motivador e gerador de auto-confiança. Mas também, indica uma possibilidade de escolha de estratégia de carreira. Que investimentos fazer, que habilidades desenvolver e que competências adquirir pode ficar muito mais claros com este feed back.
A verdade é que mesmo não sendo escolhido, este conhecimento é muito valioso para o seu próprio direcionamento. Dependendo do estágio da sua carreira, não estar em determinadas listas também pode ser um indicador muito importante, ainda que menos agradável. Pode ser que simplesmente as pessoas não saibam o que você gostaria de fazer. Você ainda não disse a ninguém? Não seja tão otimista nem tão encabulado, diga ao seu chefe e às pessoas o que te interessam. Pode ser que eles gostem da ideia!
Há pessoas que “sempre” estão na lista, mas não são contemplados e outros que aparecem “do nada” e abocanham a preciosa oportunidade. O que acontece nestas ocasiões? Os que sempre estão na lista e não são contemplados poderiam ser bons profissionais, mas carentes de alguma característica essencial ou de alguma habilidade imprescidível? Quem sabe seja o “santo de casa que não faz milagres”?
Um profissional consciente do seu potencial e da sua situação em termos de desenvolvimento de carreira deve ter em mente o “short list” hipotético. O que me indica que um profissional é consciente da sua carreira quando sou o seu mentor ou coach? Muito simples. Peço para desenhar o organograma da sua divisão ou da sua empresa e convido a pessoa a avaliar a sua situação diante dos demais colegas. Pergunto se a pessoa colocaria o seu próprio nome no “short list” de três nomes…
Você colocaria o seu nome neste “short list” hipotético?
Grato,
YK.